quinta-feira, 11 de agosto de 2011

"Alfabetização Precoce "

Alfabetização precoce: mais um sintoma do desespero dos pais em criar um superfilho
O mercado editorial nunca produziu tantos livros para crianças em idade pré-escolar. Os anúncios das escolas de idiomas enfatizam a utilidade de matricular os filhos o quanto antes. Por que não aos 4 ou 3 anos de idade? Segundo reza a cartilha tradicional de alfabetização, as crianças deveriam estar concentradas em aprender a ler e escrever somente a partir dos 7 anos de idade. Mas, como se vê, há um bombardeio pesado no sentido de acelerar os ponteiros do relógio pedagógico.
A alfabetização precoce tem rendido um grande bate-boca entre os pesquisadores. Gente gabaritada chama a atenção para certo exagero na dose e começa a suspeitar que toda essa precocidade no aprendizado pode desajustar o relógio biológico do desenvolvimento infantil. Desde o começo do século XX, convencionou-se que os alunos devem aprender a ler e escrever a partir dos 7 anos. Nessa fase, o cérebro da criança já desenvolveu habilidades como o poder de concentração e a coordenação visual e motora, entre outras. Está preparado, portanto, para absorver uma carga maior de ensinamento dentro da sala de aula. As escolas que subverteram essa regra argumentam que, hoje, o mundo e as crianças são muito diferentes. “Os alunos não são mais inteligentes que os de antigamente, mas chegam à escola mais cedo e estão expostos a uma quantidade maior de informações, o que aguça numa idade mais precoce sua curiosidade pelas letras”, afirma Elisa Pereira, diretora pedagógica do Pueri Domus, uma das melhores escolas de São Paulo. Segundo o raciocínio da diretora, não faria sentido “congelar” o desenvolvimento da criança durante dois anos se ela demonstra interesse pelos livros.
O novo sistema, de ler cada vez mais cedo, já e adotado em escolas da Argentina, da Espanha e, numa escala mais reduzida, na Inglaterra. Pedagogos dos Estados Unidos e de outros países do Primeiro Mundo ainda não chegaram a um consenso sobre a conveniência da mudança. No Brasil, há uma divisão. A rede pública continua seguindo a regra antiga, ou seja, alfabetização somente aos 7 anos – idade obrigatória para ingresso dos alunos no 1º ano do ensino fundamental. Já a maioria dos estabelecimentos particulares resolveu antecipar o aprendizado do bê-a-bá. As crianças de 5 ou 6 anos não recebem cartilhas, muito menos são obrigadas a fazer provas para comprovar seus avanços lingüísticos. O contato com o mundo das letras ocorre na forma de brincadeiras na sala de aula, como escrever com a ajuda da professora os ingredientes da receita de um bolo ou colar numa cartolina as letras iniciais do nome do papai e da mamãe. “Adoro gibis e já li cinqüenta livrinhos”, conta Mateus Kuhn Chedid, que acabou de completar 6 anos. Sua colega de classe, da mesma idade, segue um ritmo menos avançado: até agora, devorou dez obras infantis.
Segundo os especialistas, existe uma hora certa para a criança desenvolver cada habilidade. Esses períodos foram batizados de “janelas de oportunidades”. Na área da alfabetização, os pesquisadores ainda não chegaram a um acordo. Os que defendem a manutenção do sistema tradicional, ou seja, aos 7 anos, lembram que ainda não há estudos comprovando possíveis benefícios da iniciação precoce. Além disso, o colega da escola pública que tomou contato com as letras aos 7 anos vai se desenvolver mais rapidamente nesse campo, anulando rapidamente a suposta vantagem da criança educada aos 5. “Nessa fase, é importante deixar algum espaço livre na agenda da criança para que ela não faça absolutamente nada. E muito espaço para ela brincar”, afirma Abram Topczwski, neuropediatra do Hospital Albert Einstein.
Os menos radicais não vêem grandes problemas no processo de alfabetização precoce, desde que seja guiado pelo bom senso. Em primeiro lugar, é preciso que os pais reduzam suas expectativas em relação a esse aprendizado. “Não há motivos para achar que uma criança é problemática só porque um colega está mais adiantado”, afirma o neuropediatra mauro Muzkat, da Universidade Federal de São Paulo. Em segundo, não é preciso aparecer com um livro de gramática quando a criança surge com alguma dúvida. As questões devem ser respondidas na medida certa, assim como o estímulo à leitura – nada de comprar livros que tragam dificuldades maiores que aquelas com que a criança está familiarizada. Por fim, é importante discutir o assunto com a escola. Se os benefícios da leitura precoce são duvidosos, os problemas provocados por uma iniciação mal conduzida já começam a aparecer nos consultórios pediátricos. Nesses locais, são cada vez mais comuns os casos de crianças que se queixam de dor de cabeça ou têm dificuldade para se expressar. Segundo os especialistas, são sintomas clássicos de stress causado pelo maior problema do processo de formação dos pequenos. É a superagenda, que contém escola, natação, inglês, computação e a exagerada cobrança dos pais em tentar garantir, desde cedo, um futuro melhor para os filhos.


Fonte: Revista Veja n.34-Agosto,2001

"Educação em casa"

"     Ai vai algumas dicas para você fazer em casa,pelo seu filho"

1º Converse com o seu filho,pergunte o que ele aprendeu de novo na escola.Peça que lhe ensine algo ,isso ajuda a fixar o conteúdo.Pergunte se ele tem dificuldade na escola.
2º Cobre as obrigações do seu filho.Confira se ele faz as liçôes de casa diariamente.
Ensine-o a respeitar os professores ,funcionários e os colegas.
3 º Acompanhe a lição de casa.Combine com ele um horário para os estudos.Separe um lugar tranquilo da casa para fazer a lição.Ofereça sempre sua ajuda.Filhos estimulados pelos pais,tem um melhor desempenho.Mas atençâo estimular não significa fazer as liçôes para ele.Olhe os cadernos e mostre interesse pelos trabalhos.Estimule-o a pesquisar e descobrir as respostas por conta própria.
4 º Fique de olho no aprendizado.Veja se seu filho está aprendendo o que deveria na idade dele.Veja sempre as notas dele.Se forem boas elogie-o para que continue assim,Se forem ruins,pergunte ao professor como você pode ajuda-lo.
5 º Incentive seu filho a ler. Dê livros ou revistas de presentes.Converse com ele sobre um livro que esteja lendo.Faça da leitura um momento de prazer,pode ter até pipoca.Ou para melhorar o entrosamento e aproximá-los sugira que cada um leia uma página,vc e ele,ou pai.
6 º Valorize a escrita.Escreva bilhetinhos para seu filho.Assim ele entenderá a utilidade da escrita.Peça ajuda para escrever a lista de compras.
7 º Dê o exemplo.Seja coerente suas atitudes refletem o que você pensa.
8º Entenda a situação da educação.Informe-se sobre a qualidade do ensino no país,no seu estado,na sua cidade,na escola de seu filho.

Fonte: Revista Educar para Crescer